segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SIMPLICIDADE VOLUNTÁRIA

"As vezes ouço passar o vento, e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" (Fernando Pessoa) 

Esquema de vida anterior: Capitalismo - Consumismo - Trabalhar cada vez mais - status anxiety - Depressão (Ufa, fugi antes...rs)

Esquema de vida atual: Vida simples - Menos é mais - Melhores condições de vida - Mudança de valores de ter mais para ser mais - Felicidade.

Simplicidade voluntária: Há muito tempo, previsto por grandes filósofos como Platão e Russel, este movimento tem acontecido com frequência cada vez maior e, quem sabe em breve, seja uma revolução. A tendência é que se torne uma mobilização mundial. Já podemos ver tênues modificações nas estratégias de marketing, na convivência social, no estilo de vida, no estilo das relações familiares, nos valores das pessoas, na valorização da natureza e dos recursos naturais que ainda existem.

Isso tudo é Simplicidade voluntária. E a busca é a mesma para todos: Felicidade.

Adotando o Movimento ao pé da letra, aqui estou eu. Vivendo inteiramente a minha felicidade encontrada no simples. O amor, a casa no campo, a vida comum. Nunca vivi nada melhor!

Simplicidade...Felicidade...
Ser como as rosas, o céu sem fim,
a árvore, o rio...Por que não há de
ser toda gente também assim?

Ser como as rosas: bocas vermelhas
que não disseram nunca a ninguém
que têm perfumes...Mas as abelhas
E os homens sabem o que elas têm!

Ser como o espaço que é azul de longe,
de perto é nada...Mas quem vê
- árvores, aves, olhos de monge... –
busca-o sem mesmo saber por quê.

Ser como o rio cheio de graça,
que move o moinho, dá vida ao lar,
fecunda as terras...E, rindo, passa,
despretensioso, sempre a cantar,

Ou ser como a árvore: aos lavradores
Dá lenha e fruto, dá sombra e paz;
Dá ninho às aves; ao inseto flores...
Mas nada sabe do bem que faz.

Felicidade – sonho sombrio!
Feliz é o simples que sabe ser
Como o ar, as rosas, a árvore, o rio:
Simples, mas simples sem o saber! 

(Guilherme de Almeida)

4 comentários:

Anônimo disse...

Sem palavras!
Simplicidade voluntária, quero pra mim!
Beijos irmã!

Flávio Morgado disse...

Que bela postagem, Thaís.
Começou com a frase perfeita do Fernando Pessoa (na verdade do Álvaro de Campos). E fecha com esse poema lindo do Guilherme de Almeida, um poeta espetacular que merece sempre ser resgatado.
Adorei, de verdade!

F.M.

Natália disse...

Quem dera se o mundo todo pensasse assim! Guardamos sempre a esperança de que esse movimento se torne uma tendência!

Também amei o poema!
;*

Unknown disse...

Tatá, TUDO a ver com meu próximo post que escreverei sob o impacto de uma estrevista que vi da Adélia Prato... BOM DEMAIS saber que pessoas como vc estão no mundo e que encontro interseção com elas... Talvez seja isso que chamamos de "Simpliciade voluntária"... Passarei por aqui mais vezes! Um beijo!