terça-feira, 16 de março de 2010

Tentando voltar aos blogs!

Bem, vamos ver se desta vez eu não abandono, afinal é tão bom ter um canal para me expressar. Mas confesso que não estou começando muito bem, porque agora mesmo já tenho que fazer este post correndo para voltar ao trabalho... Mas quem sabe com o meu incentivo extra, eu não consiga administrar melhor o meu tempo?!

Então, vou começar repostando o meu último texto do último blog, o phoenixtribal, e continuar de onde parou né! Prometo que no próximo post eu começo a falar sobre o agora.
Beijos

Ações e Contradições

Não se pode viver só, e esta é a única verdade, que eu em minha vã filosofia, não me atrevo a questionar. Como argumentar contra a natureza humana? É como diz a música "Tem dó, quem viveu junto não pode nunca viver só". Pois é, e vivemos em sociedade, juntos, e mesmo aqueles que tentam se isolar, têm o mínimo de contato humano. Você conhece algum ermitão? Conhece? Então é porque ele não é verdadeiramente um ermitão. Ser um ermitão é uma utopia daqueles que de alguma maneira fogem do comum, da normalidade padronizada pelos conceitos da sociedade, onde a maioria é quem dita as regras. E, afinal, as regras foram criadas, porque antes delas houve o desvio, logo, as regras foram feitas para serem transgredidas, e cada um transgride somente aquelas as quais se dispõe a pagar o preço. Mas voltando ao ponto, ninguém consegue verdadeiramente ser um ermitão, mas estar um ermitão. Qualquer pessoa que adota este tipo de comportamento, está gritando em silêncio "Olhem pra mim" " Eu preciso de atenção". Esta pessoa precisa mostrar o quanto ela é diferente, que transgrediu as regras, mas transparece totalmente a carência e necessidade demasiada de ser compreendido e acolhido com o seu diferencial. É claro, este é um exemplo extremo, mas esta contradição acontece a todo tempo, nas situações cotidianas. O próprio individualismo que impera no modelo socioeconômico que vivemos hoje, é fruto da contradição da natureza humana, já que é esta mesma natureza, que criou um sistema econômico, político, social, ético e moral, onde as pessoas dependem umas das outras para não ficarem estagnadas. Por quê? Porque faz parte da natureza humana, compartilhar. Mas também faz parte da natureza humana, confrontar. Confrontar a si mesma, seu próprio sistema, seu próprio querer. É esta natureza que nos leva a dar voltas estupendas e até estúpidas para conseguir algo que talvez nascesse de um sorriso e vice e versa. As discrepâncias são criadas a todo momento e sequer percebemos que estamos servindo de combustível para esta grande roda que anda em sair do lugar. Isso me faz lembrar de outra música " Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais..." É mesmo por aí, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas não muda a encenação deste grande teatro que é a vida, onde quando reconhecemos nossas personagens, obedecemos fielmente suas falas, ou transgredimos inutilmente o seu romance, para estrelarmos um drama pessoal, individual. Mas o certo é que ao contrário do que supomos no auge da nossa arrogância, não vivemos para nós mesmos, e sim para que nos encontremos na convivência com o outro. É claro que não somos todos iguais, mas todos queremos ser diferentes, uns mais, outros menos. O ermitão grita tanto a solidão, pela sua necessidade de que as pessoas venham até ele. O astro, aparece tanto pela sua necessidade de ir até as pessoas, chamando os holofotes todos para ele. Cada um de nós, à sua maneira, e à sua intensidade, precisa do outro. Por isso, devemos olhar para dentro em alguns momentos da correria da vida e nos perguntarmos até onde a contradição entre os nossos desejos e atos desperta a incompreensão daqueles que amamos, quantas vezes magoamos, para não permitirmos que o nosso egocentrismo atropele a nossa maior necessidade, conviver. Há aqueles que preferem conviver em paz, outros em guerra, mas enfim, gostamos mesmo de conviver, desde os mais reservados aos mais atirados, queremos a mesma coisa. Somos parte integrante e ativa do processo e podemos escolher junto com o destino ou o sobrenatural. " Quem de nós é o referencial?"

Thaís Alves, 2005.