segunda-feira, 1 de setembro de 2014

De volta à vida

Já deixei todos os vícios, artifícios e a ilusão
Já não tem cerveja na mesa
Certeza, incerteza
Uísque, cigarro ou religião
Não tem night divertida
Que me traga amizades
Nem nenhuma grande ferida
Que me tire de vez a sanidade
Não tem joguinho de amor
Nem promessa de prosperidade
Agora é só preto no branco
É banho de realidade
Já esqueci todos os "se"
E fiz um ou outro desaperto de mão
Só eu sei quanto eu perdi
E o quanto isso me custou
Mas minha alma nunca esteve a venda
Nem por dinheiro, nem por sermão
E com isso estou de volta à vida
Esperando que um dia ela volte pra mim.

Respostagem - mais atual do que nunca... Uma reflexão!

Já tentei deixar coisas pela metade...
Já tentei esquecer de pessoas queridas.
Já tentei amar mais ou menos, me entregar mais ou menos...

Mas, se tem alguma coisa que realmente sempre fica pela metade, é quando eu resolvo trilhar este caminho...

Sempre volto atrás para fazer aquilo a que me propus, é uma exigência minha para mim mesma.
Quando tentei esquecer pessoas queridas, descobri que parte delas era parte de mim.
Quando tentei racionalizar o amor, me vi incapaz de amar, e que a intensidade que eu preciso da vida jamais me permitiria ser feliz assim.

Já andei muitos caminhos, já deixei todos eles.

Mas hoje, já não sou mais uma apostadora da vida. Aprendi a respeitar que sou intensa, mas também aprendi que devo andar com os pés no chão. Saber tudo o que se quer, tudo o que se é, é maravilhoso. Mas ainda melhor é saber tudo o que você não é, e que te tornaria melhor se passasse a ser.

Desejar progredir, saber ouvir, saber mudar quando preciso, ou quando conveniente: isto sim é algo que eu preciso aprimorar. Às vezes é necessário ser menos “eu” para ser um “eu” melhor.

Muitas vezes a certeza dos nossos pensamentos, sentimentos, a certeza que formamos sobre nós mesmos, ajuda. Mas, muitas outras vezes, atrapalha. É preciso abandonar esta certeza absoluta de si mesmo e se encarar como alguém em construção. É preciso ter coragem para mudar pelo caminho, é preciso ter força para assumir quando mudar de opinião. Coerência não é ser para sempre o mesmo, mas ser mais do mesmo ainda que em constante transformação.

Que todos nós possamos alcançar o equilíbrio e a sabedoria para saber quando fincar o pé sobre quem somos, e quando questionar as nossas próprias ações.

É isso.