sábado, 30 de julho de 2011

O poder da mente

Já fiz alguns posts aqui sobre isso, mas tinha deixado o assunto um pouco de lado.

"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor." Johann Goethe
Creio que conhecemos Deus através do autoconhecimento. Já há alguns anos eu repito a ideia de que somos nós o templo de Deus, e não a Igreja. Foi engraçado hoje mesmo ler algo semelhante de alguém que admiro o intelecto. Mas isso não nasce de uma crença infundada, mas de um profundo estudo bíblico que se estendeu por alguns anos e por algumas experiências. Fato é que a conclusão é que somos a extensão de Deus. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” ( 1Co 3:16 ) Aquela velha história de que Jesus é a cabeça e a Igreja seu corpo, na minha humilde opinião, é apenas uma distorção da verdade, não pensada, mas experimentada por mim, de que Deus é a energia propulsora e o templo dele (nós mesmos, e não Igreja) é o corpo que divide e emana esta energia.

"A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável." Galileu Galilei
Somos nós os responsáveis por fazer esta roda girar, criadores e criaturas ao mesmo tempo. “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós;" João 17:21Deveríamos estudar a nossa própria mente a fundo,  nos encontrarmos com nossos próprios fantasmas internos, a fim de vencê-los, buscar o que há de melhor em nós mesmos e compartilharmos. Mas esta é uma tarefa difícil, pois exige sair do comodismo, da zona de conforto, e estudar-se, julgar-se, aprimorar-se.

"A mente humana é um grande teatro. Seu lugar não é na platéia, mas no palco, brilhando na sua inteligência, alegrando-se com suas vitórias, aprendendo com as suas derrotas e treinando para ser a cada dia, autor da sua história, líder se si mesmo!" Augusto Cury
Assim como podemos realizar feitos maravilhosos através de nosso pensamento, sendo responsáveis pela parte de paraíso que nos cabe, a mente humana é também uma arma perigosa quando usada em direção oposta: a maldade.



“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que diz respeito ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.” Albert Einstein
Mais uma parábola distorcida: a criação do inferno. O inferno também está dentro de nós, e alguns escolhem libertá-lo, seja através de atitudes más ou maus pensamentos. Assim também nasce a grande crença cristã de que alcançamos a redenção através do sofrimento. A lei de causa e efeito jamais falha: se nós emanamos uma energia boa, mesmo que estejamos recebendo em algum momento as atitudes más e pensamentos maus de alguém ao nosso redor, mais tarde somos compensados com o retorno daquilo que realmente emanamos. Por isso, após grandes períodos de sofrimento e consequente aprendizado, já que nos momentos difíceis nos voltamos mais para estas questões, sempre há grandes períodos de recompensa.

“Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes.” Marquês de Sade
Somos os grandes responsáveis pelo caos deste mundo, através de pensamentos e ações cada vez mais mesquinhos. Jogamos a responsabilidade em cima de um Deus inatingível e inabalável para não admitirmos a nossa parcela de culpa. Juntos, a humanidade e o Universo inteiro, é que formam a energia Deus, e é com a força mental e com o empenho de cada um de nós que podemos fazer as coisas acontecerem. É por isso que orações funcionam, ajudam, porque são mentes trabalhando juntas por um mesmo objetivo.

"O Verbo de Deus se torna sujeito em cada criatura humana." Padre Fábio de Melo
O verbo de Deus é criar. E aí, o que vamos criar? Amor ou mais caos?

É isso.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ainda sobre a humanidade!

Aproveitando este momento em que tenho pensado muito sobre a natureza humana, em que o egoísmo e o egocentrismo aparentemente têm vencido o bem (me senti a She-Ra agora...rs), em que tenho questionado a disposição humana para criar conflitos desnecessários, faço um repost de um artigo que escrevi alguns anos atrás.

P.S: Não vou mais me desculpar sempre pela ausência, vocês sabem que as férias acabaram...rs E estou tentando acabar de ler "Símbolo Perdido" do Dan Brown também, nos horários livres. Depois conto para vocês! :) Perdoem as visitas menos frequentes, mas prefiro que elas sejam de qualidade, com tempo e com bom humor, para que os textos sejam lidos com carinho, assim como são escritos com carinho para os leitores.

Ações e Contradições


Não se pode viver só, e esta é a única verdade, que eu, em minha vã filosofia, não me atrevo a questionar. Como argumentar contra a natureza humana? É como diz a música "Tem dó, quem viveu junto não pode nunca viver só". Pois é, e vivemos em sociedade, juntos, e mesmo aqueles que tentam se isolar têm o mínimo de contato humano. Você conhece algum ermitão? Conhece? Então é porque ele não é verdadeiramente um ermitão. Ser um ermitão é uma utopia daqueles que de alguma maneira fogem do comum, da normalidade padronizada pelos conceitos da sociedade, onde a maioria é quem dita as regras. E, afinal, as regras foram criadas porque antes delas houve o desvio, logo, as regras foram feitas para serem transgredidas, e cada um transgride somente aquelas as quais se dispõe a pagar o preço. 
Mas, voltando ao ponto, ninguém consegue verdadeiramente ser um ermitão, mas estar um ermitão. Qualquer pessoa que adota este tipo de comportamento está gritando em silêncio "Olhem pra mim","Eu preciso de atenção". Esta pessoa precisa mostrar o quanto ela é diferente, que transgrediu as regras, mas transparece totalmente a carência e necessidade demasiada de ser compreendida e acolhida com o seu diferencial.
É claro que este é um exemplo ilustrativo, mas esta contradição acontece a todo tempo nas situações cotidianas. O próprio individualismo que impera no modelo socioeconômico que vivemos hoje é fruto da contradição da natureza humana, já que foi esta mesma natureza, que criou um sistema econômico, político, social, ético e moral, onde as pessoas dependem umas das outras para não ficarem estagnadas. Por quê? Porque faz parte da natureza humana compartilhar. Mas também faz parte da natureza humana confrontar. Confrontar a si mesma, seu próprio sistema, seu próprio querer. É esta natureza que nos leva a dar voltas estupendas e até estúpidas para conseguir algo que talvez nascesse de um sorriso e vice-versa. 
As discrepâncias são criadas a todo momento, e sequer percebemos que estamos servindo de combustível para esta grande roda que anda sem sair do lugar. Isso me faz lembrar de outra música "Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais..." É mesmo por aí: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas não muda a encenação deste grande teatro que é a vida, onde quando reconhecemos nossas personagens, obedecemos fielmente suas falas, ou transgredimos inutilmente o seu romance, para estrelarmos um drama pessoal, individual. Mas o certo é que, ao contrário do que supomos no auge da nossa arrogância, não vivemos para nós mesmos, e sim para que nos encontremos na convivência com o outro.
É claro que não somos todos iguais, mas todos queremos ser diferentes, uns mais, outros menos. O ermitão grita tanto a solidão pela sua necessidade de que as pessoas venham até ele. O astro aparece tanto pela sua necessidade de ir até as pessoas, chamando os holofotes todos para ele. Cada um de nós, à sua maneira e à sua intensidade, precisa do outro. Por isso, devemos olhar para dentro em alguns momentos da correria da vida e nos perguntarmos até onde a contradição entre os nossos desejos e atos desperta a incompreensão daqueles que amamos. Quantas vezes magoamos para não permitirmos que o nosso egocentrismo atropele a nossa maior necessidade: conviver. 
Há aqueles que preferem conviver em paz, outros em guerra, mas, enfim, gostamos mesmo de conviver. Desde os mais reservados aos mais atirados queremos a mesma coisa. Somos parte integrante e ativa do processo e podemos escolher junto com o destino ou o sobrenatural. " Quem de nós é o referencial?"


Thaís de Almeida Alves

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A minha verdade sobre Filosofia e Religião

Cansada de ver toda esta briga entre as religiões, cansada de ver também a briga entre ateus e religiosos, resolvi fazer este post. Embora por vezes eu cite aqui algumas coisas a respeito, nunca citei qual é a minha religião e sempre me mantenho neutra. Mesmo ao final deste post, duvido que muitos saberão dizer qual a religião que eu acredito (não digo sigo, porque eu nada recebo sem questionar ou pensar a respeito), porque realmente para mim não se trata disso, não se trata de difundir crença, religião, ou de recrutar ninguém para nada. Não se trata de citar livros (Alcorão, Bíblia, Alan Kardec, o que for), e nem de supostamente fornecer conhecimento a ninguém. Quem irá dizer que o meu conhecimento é que é válido e não o do outro?

E aqui entra o primeiro tema deste post. Vejo discussões muitas vezes chegarem a níveis estúpidos, enquanto outras a níveis estupendos que me fazem crescer. Porém, em todas elas, só tenho certeza de uma coisa: todos estão certos e todos estão errados. Acredito que o fundamento de quase toda religião é fazer o bem, praticar o bem, e acontece que para cada pessoa isso tem um grau de dificuldade. Há aqueles que não precisam de Deus ou de Deuses para isso, que são bons por valores, por educação, por natureza. Há aqueles que não precisam, mas gostam de ter um Deus a quem agradecer, se fortalecer, buscar energia. E há ainda aqueles que precisam da religião para manter a linha, para seguir este caminho do bem. Então, eu pergunto: se todos buscam a paz, o amor, o bem, qual deles está errado? Todos têm razão, porque estão buscando o bem. Por isso me irrito profundamente quando um ateu (exemplo) critica um religioso dizendo que sua fé é inválida e infundada, tanto quanto me irrito ainda mais profundamente quando um religioso critica qualquer um que não compartilhe de sua crença, dizendo "um dia você irá conhecer a verdade."

Eis o mistério da fé: ninguém vai conhecer a verdade. A verdade está escondida atrás de muitos capítulos queimados de livros, de muitos historiadores medievais assassinados pela Igreja, de muita sujeira inventada para manipular as pessoas.

Fato histórico é que Jesus existiu. Assim como Buda existiu. Não haveria Cristianismo ou Budismo sem os preceitos por eles criados. Por mais que Roma tenha resolvido tornar Jesus uma divindade, ou que muitos ainda questionem se Buda existiu, os livros considerados sagrados, embora cheios de histórias inventadas ou pela metade, e parábolas, ainda carregam consigo muito daquilo que realmente aconteceu, e são considerados em termos históricos. Questionar sua existência seria o mesmo que questionar a existência de Sócrates, Platão, Aristóteles, Lutero... e qualquer outro grande filósofo de seu tempo. Buda e Jesus, como filósofos que foram, passaram ao povo o ensinamento "superior" que tinham. Não é culpa deles que tenham tomado tudo no sentido tão literal (ascender, subir aos céus, tornar-se divino...) nos escritos e tornado a existência deles motivo de temor por tanto tempo, e hoje em dia, motivo de chacota por muitos.

Então, vamos ao que interessa, os preceitos básicos de cada um:

Jesus: Defendia a paz, a harmonia, o respeito à um único Deus, o amor entre os homens. Era contrário à escravidão. Pregava o amor a si mesmo, ao próximo, a fidelidade, a união entre os povos, não julgar as pessoas, não fazer o mal.
Preceitos do Budismo: Abster-se de destruir os seres vivos, de tomar o que não foi dado, de má conduta sexual, de falar mentiras, da fala maliciosa, da fala ríspida, de fazer intrigas, de bebidas intoxicantes e de drogas que causam perturbação a mente."

Ao ler objetivamente, só posso concluir que são muito parecidos. Em nossa sociedade moderna, o Budismo não é uma religião, é uma filosofia. O Cristianismo é uma religião? Não! O cristianismo deu origem à várias religiões. Eu não seria capaz de listar aqui todas elas. E o movimento ateu que é crescente, e hoje já é quase uma religião, também prega estes mesmos preceitos, só que sem um "modelo" para ser seguido. Então, lanço a pergunta outra vez: qual deles está errado?

O ponto é que não interessa o que você acredita, isso é uma coisa particular, é sua crença, é a sua maneira de se encontrar com Deus, com o Universo, com o ser maior, com a energia suprema, com a Física quântica, com o que diabos (ironia) você quiser. O importante é que você busque o bem, o amor, a lealdade, a fraternidade. Foda-se (inclusive quem disser que palavrão é pecado) a verdade! A verdade é que nós estamos neste mundo vivendo esta vida para sermos felizes e cada um encontra a felicidade à sua maneira. O caminho que cada um irá percorrer é único. A verdade é que nada disso importa, desde que tenha amor na sua jornada.

Sonho em ver cristãos budistas, ateus cristãos (porque acreditar nos preceitos não é aderir a religião alguma), budistas ateus, e por aí vai... queria que o mundo fizesse uma passeata para o que verdadeiramente importa e o que o próximo congresso das mentes mais poderosas e inteligentes não fosse para ofuscar a verdade alheia, mas para buscar algum bem comum para a humanidade.

Nota: Citei as vertentes mais difundidas, mas o mesmo vale para muçulmanos, daimistas, judeus, umbandistas, e por aí vai... :) 

É isso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Na busca pela felicidade está a marcha contra a igualdade!

Em primeiro lugar, vamos deixar bem claros os termos: a marcha é contra a igualdade e não contra a igualitariedade. Porque tudo ótimo termos igualdade política + econômica + de justiça. Mas tudo errado sermos "produzidos" em série.

A lavagem cerebral está me matando. Cada dia que passa tenho mais preguiça das pessoas, algumas vezes me pego pensando: gente, será que estou de TPM? Aí percebo que não, que fulaninho é um chato mesmo. Já sei o que você está pensando: ai, será então que a chata não é você? Pode ser, mas como o ponto de vista em questão é o meu, vamos ignorar esta questão! hahahahahahaa

Agora é sério, por que estamos sendo pré-fabricados? Onde está acontecendo isso e como eu faço para me esconder? Por que será que as pessoas têm que gostar das mesmas músicas, dos mesmos assuntos? Por que está na moda ser politizado (leia-se: repetir como papagaio o que escutou na vendinha da esquina), ser emo, ser do contra? O que está acontecendo com o mundo, o que está acontecendo com as pessoas?

Será que não percebem que cada um de nós deveria ser uma obra-prima única e que jamais deveríamos permitir a Indústria Cultural? OMG!!! E não se limita apenas aos superficiais exemplos citados, mas à falta de respeito com a individualidade. Cada pessoa tem seu tempo, seu jeito, o que faz feliz em determinado momento. Mas aí ela recebe seu rótulo e cada vez que muda de jeito, de opinião, de momento, de felicidade... é um crime. Um crime praticado contra... contra... ahn... contra quem mesmo, hein? Porque eu duvido que alguém consiga justificar esta perseguição, este cuidado com a vida alheia.

Acho que está na hora de as pessoas desligarem suas antenas, fecharem suas janelas e abrirem as janelas da alma. Quando abrimos as janelas da alma percebemos o que realmente importa, aprendemos com cada fase, com cada experiência e com cada ser que passa em nossa vida. E a gente aprende que ser feliz, muito acima de ser diferente das outras pessoas, é ser diferente de si mesmo em cada etapa da vida.

Termino com um poema que fala sobre janelas como sendo as lacunas de tempo e espaço em que as fases acontecem na nossa vida, e como a gente vê tudo diferente dependendo da perspectiva, dependendo da época em que a gente está olhando por esta janela. Poema da brilhante Cecília Meirelles:


A ARTE DE SER FELIZ

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.


  HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.


  HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse,não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.


  HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.


  MAS, quando falo dessas pequenas felicidades, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


É isso.