segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que me importa!

Como meu marido sempre diz, eu não posso querer que todas as pessoas sejam como eu. Mas também não admito que as pessoas tentem fazer que eu seja como elas.


Eu quero que o meu tempo livre seja de qualidade, que as conversas que eu tenha sejam produtivas ou MUITO engraçadas. Quero visitar as pessoas que eu amo e receber visitas das pessoas que eu amo (ou o meu marido, porque o que ele sente é tão importante para mim quanto o que eu sinto).

Quero qualidade de vida!

Na minha vida não cabe mais aturar gente chata na falsidade, fazer convite por educação, ou qualquer coisa do gênero.

Eu faço sacrifícios sim, os que forem preciso para agradar, ajudar ou fazer feliz as pessoas que merecem na minha vida. Hoje, eu aprendi a escolher as minhas batalhas, e aprendi a entender que não dá para agradar a todos.

Cada pessoa tem seu papel e sua importância na vida da outra pessoa, e eu não aceito mais forçarem intimidade. As pessoas simplesmente têm que aceitar que a vida é assim, não porque ninguém seja melhor ou pior do que ninguém, mas porque as circunstâncias nos levam a fazer escolhas que aproximam uns e afastam outros.

Nunca tente fazer com que eu me sinta culpada por não convidar um amigo de ocasião para um evento familiar. Ou por não querer receber pessoas que não sejam minhas amigas ou do meu marido na minha casa, que é nosso santuário.

Isso não é contra ninguém, é apenas a nosso favor. Ninguém gosta de penetra na festa, ou de mosca na sopa. Então, façam-me um favor, aqueles que ainda não aprenderam que conhecer uma pessoa não significa ser amigo íntimo: se a pessoa não fizer questão da sua presença em alguma coisa é simplesmente porque você ainda não alcançou o grau de intimidade necessário para aquele evento em particular, e não que a pessoa detesta você e que não podem ser amigos e se falarem normalmente, e então quem sabe um dia serem mais amigos que hoje.

Está na hora das pessoas se ofenderem menos e viverem mais as suas próprias vidas!

É isso.

domingo, 28 de agosto de 2011

Essa tal liberdade...

Não, eu não vou falar sobre o antigo pagode do SPC...rs

Em mais um fim de semana corrido de viagem e muitos compromissos, eu me dei conta do que é liberdade. Antes eu pensava que liberdade era andar por onde eu quisesse sem dar satisfação a ninguém. Que era fazer o que quisesse na hora que bem entendesse. Passada esta fase, descobri que sempre teria que dar satisfação a alguém ou a alguma coisa, ainda que profissionalmente. Então entrei na fase de achar que liberdade era viajar. Sair por aí com a mochila nas costas, conhecendo lugares, conhecendo pessoas, sempre que possível. Achei também que liberdade era ter uma relação sem amarras - e consequentemente sem respeito.

Neste fim de semana, eu finalmente entendi que, sem perceber, eu sou livre. Livre para fazer a opção de me amarrar a alguém com quem jamais quero desfazer este nó. Porque liberdade é ser eu mesma, seja na frente de quem for. É poder falar o que eu penso, é poder dizer o que eu sinto. Liberdade é amar (sim, porque todo mundo gosta de amar), e entender que o amor de verdade é este em que você abre mão sim de muitas outras coisas do mundo, mas simplesmente porque você passa a não mais querer aquelas coisas, porque o que você conquista vale muito mais. Com quantas pessoas você pode ser totalmente você? Para quantas pessoas você pode se abrir, mostrar seu melhor e seu pior e ainda assim ser amado? Liberdade para mim é o que eu tenho hoje. E que eu seja livre pra sempre ao lado do meu grande amor.

A minha fase romântica do últimos 3 posts tem muita razão de ser. Mas eu escrevo sobre aquilo que está mais latente em mim!

É isso.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um amor puro

Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. (Caio Fernando Abreu) 

Que me perdoem aqueles que simplesmente não vão entender este post porque nunca viveram este amor...

Não importa o humor que eu tenha, não importa se o trabalho foi uma bomba, se o dia não foi bem, ou se meu marido disse algo insuportável de se ouvir... o amor puro sempre vem, e sempre me faz bem. Não importa se estou lotada de TPM, o amor puro não se farta de mim. E ainda que eu não lhe dê atenção por alguma coisa tão importante que eu não posso deixar de fazer, para o amor puro sou eu o centro da vida e ele espera por mim aos meus pés. 



Este post é para agradecer ao amor puro que entrou na nossa vida, já tão linda e tão plena, a nossa Ziggy. Ela fez 6 meses estes dias e 4 meses conosco, enchendo a nossa casa de amor.

Acho que quem nunca teve um bichinho em casa, não é capaz de entender o quanto eles despertam em nós o que há de melhor, o quanto deixam a casa mais leve e mais em paz e o quanto nos conquistam com a sua disponibilidade infinita, seu amor incondicional e seu humor feliz.

“Todo o homem é culpado do bem que não fez.” ( Voltaire)

Posto isso também esperando mais uma vez que as pessoas que lerem isso tenham sua mente aberta e seu coração tocado, para ao menos não fazerem mal a um bicho, para não abandonarem, não maltratarem. Nenhum bichinho é ruim, se você tem algum que se tornou violento, isso é apenas o resultado de suas próprias ações com ele. Por favor, se não tem condições de criar um animal, não pegue um. Um animal é uma criança durante toda a existência dele, e te adora tanto que é um pecado qualquer maltrato. E você, quando vir um animal abandonado, em vias de ter o pior destino, mesmo que não possa cuidar, tente pegar, cuidar do que for urgente e arrumar um dono novo pra ele. Penso qual teria sido o destino da Ziggy, que tinha o tamanho de um rato, toda suja dentro de uma caixa na esquina de uma avenida super movimentada. Teria sido um fim muito triste para um animal com tanto potencial de amor e de fazer o bem.

Não havíamos marcado hora, não havíamos marcado lugar. E, na infinita possibilidade de lugares, na infinita possibilidade de tempos, nossos tempos e nossos lugares coincidiram. E deu-se o encontro. (Rubem Alves)

Eu agradeço muito por ter cruzado o caminho da Ziggy naquele sábado cansado da maratona de provas. Agradeço por tudo de bom que ela trouxe à minha vida, ao meu lar. 


Acho fantástica a maneira como ela mudou também o pensamento do meu marido quanto a ter animais em casa, como ele ama e cuida dela também, e como ela o fez se permitir viver esta experiência, esta troca fabulosa que há entre um cão e seus donos. Então, parabéns à minha Ziggy por fazer meio ano de vida, e obrigada a ela por toda a vida que trouxe a mais para nós. Ela trouxe ainda mais amor e afeto à nossa casa, e tenho certeza que o dia que tivermos um filho, ela também o ensinará a amar. Pois é isso que os animais fazem por nós, nos mostram o que é o amor PURO.


Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário? (Marley e Eu )

Termino o post com a música preferida da Ziggy - Amor puro do Djavan ;)


É isso.

domingo, 14 de agosto de 2011

Um brinde a quem fabrica os pais!

No dia dos pais, nada mais justo do que falar sobre a mulher, já que sem a mulher, não existiriam bons maridos, bons pais ou bons filhos. Seriam todos uns filhos da puta, com o perdão da palavra... rs

"A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova." (Léon Tolstoi)
A mulher que já foi tão maltratada, subjugada, coisificada. Ou escolhia ser Amélia, ou escolhia ser da vida. E nas duas situações estava a mercê dos homens.
Pois bem, o tempo passou e a mulher conquistou a sua independência. Trabalha como os homens, batalha como os homens, sustenta a casa como os homens. E suporta isso tudo, com mais uma, duas ou três jornadas, sem pedir massagem no pé ou dizer que está muito cansada. Tudo bem, concordo que algumas mulheres passaram a se espelhar tanto nos homens que ficaram safadas, traem, machucam, deixam seus filhos para outra pessoa cuidar... mas isso é porque há este pequeno grupo de mulheres que tentam ser homens, e não mulheres independentes.

"Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar."
Não estou aqui para ser feminista, ao contrário, sou geralmente machista. E nem para falar mal dos homens, que nem precisam que alguém denigra sua imagem. Estou aqui para falar da beleza do que é ser mulher, do que é fabricar homens. E quando digo fabricar, é muito mais do que gerar uma vida. A mulher é responsável pelo LAR.

"Sei, que o vento que entortou a flor; Passou também por nosso lar; E foi você quem desviou; Com golpes de pincel" (Los Hermanos)
É a mulher que dá o suporte necessário dentro de um lar para que a estrutura se mantenha, haja o que houver, venha o que vier. Para começar, é a mulher que cuida do marido, que se dispõe sempre a mudar de cidade, de casa, de vida, tudo para se ajustar a um sonho à dois. Na grande maioria das vezes é a mulher que tem a capacidade de fazer este papel, de colocar a vida em comum acima de seus interesses individuais. E é a mulher que luta com toda força e toda garra para tornar realidade cada um dos sonhos, é a mulher que cuida do marido, escuta, orienta, atura, ama. A mãe ensina um homem a ser homem, mas é uma esposa que ensina um homem a ser marido e a ser pai. É a mulher que nasce preparada para as atribulações da convivência, que tem paciência para ensinar fingindo que não ensina. É a mulher que dá ao homem seus filhos, e que além de cuidar deles com amor e dedicação, ensina o marido a ser pai. Cuidadosamente ela ensina o homem a segurar, embalar, cuidar, amar o filho que para ela está desde sempre nas suas entranhas, mas para ele precisa ser apresentado, introduzido. É a mulher que dá ao homem todas as oportunidades de exercer autoridade, paternidade, afeto com seus filhos, a cada vez que pede seu suporte, que apela para a sua sabedoria, e que ensina a ele a ensinar os filhos. É a mulher que jamais dá as costas para o seu lar, ainda que o homem o faça, e ainda que seu lar não conte mais com ele, e faz o papel inteiro para os filhos, e para si mesma. E tenta orientar e educar seus filhos a nunca fazerem os seus passarem por isso. É a mulher que entende o valor que a família tem. E faz tudo isso se mantendo linda pela ditadura da beleza, profissional multifacetada pela ditadura da Era Digital e bem-sucedida pela ditadura da sociedade.

"Sou uma mulher madura; Que às vezes anda de balanço; Sou uma criança insegura; Que às vezes usa salto alto; Sou uma mulher que balança; Sou uma criança que atura" (Martha Medeiros)
E isso acontece porque a mulher ama o amor. E é isso que ela quer, e é isso que ela vive plenamente. Uma mulher só é feliz com amor. Uma mulher batalha isso tudo porque acredita no amor. Em todas as suas faces, em todas as suas artes, a mulher quer simplesmente amar.

Por isso desejo sim um Feliz dia dos pais, mas somente àqueles pais que como filhos valorizaram as suas mães (pelo menos agora), que como maridos valorizaram todo o esforço e carinho da mulher ao seu lado (mesmo que agora já seja tarde demais) e para todos os pais que de fato vivenciam o que é ser um pai de verdade (o que é muito difícil acontecer quando se pula as outras duas etapas).

É isso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mais uma de saudade

Dedico este post à minha mãe, meu irmão, meus cunhados, minhas luluzinhas, minhas amigas, meus amigos, minha sogrinha, de quem sempre sinto saudade, mas que sempre posso matar. E dedico este post também à saudade que jamais vai morrer no meu coração.

Tenho pensado muito sobre a saudade esta semana. Talvez porque minha amiga se separou, a outra sente saudades do pai que faleceu há pouco tempo, meu marido e eu sentimos saudade dos familiares que não estão mais por perto. Talvez um pouco de tudo.

Saudade, um sentimento egoísta de querer pra si o que já não faz mais parte da sua vida, ao menos por hora. Saudade é dilacerante. Tem gente que acha saudade gostosa, mas é porque na vida só sentiu saudade de alguém que gosta ou ama, e ficou sem ver por pouco tempo, então recebeu de novo naquele abraço gostoso.

Mas quem já sentiu saudade de um amor que partiu, quem já chorou antes de dormir em cima da cama velando o corpo que não está ali, chorando a morte de quem vive, sabe do que estou falando. Saudade do amor que partiu em vida é triste, machuca, fere... mas um dia sara. Sara justamente porque para um lado ao menos existiu a escolha. E a escolha mexe com os dois lados no sentido de seguir em frente.

Quem também já sentiu saudade de uma pessoa amada que faleceu sabe muito bem do que estou falando. Saudade corta... e esta é uma saudade em que ninguém escolhe partir. Simplesmente acontece a separação. Essa saudade sufoca, não sara nunca, mas ela vai e volta, e com o tempo a gente aprende a suportar a dor, mesmo sem jamais esquecê-la.

É para não sentir saudade que inventamos o casamento, acreditamos na vida eterna, no reencontro. É para não sentir saudade que jamais quebramos nosso vínculo com os familiares. Tudo para não se despedir. Dizer adeus é difícil. Para alguns, mais do que para outros, mas dizer adeus é difícil. Quantas vezes sentimos falta de nós mesmos em determinada fase da vida...

Acho que também escrevi sobre isso porque está chegando a hora de seguir em frente, de esquecer a saudade que mais me doeu. Já tem 1 ano e 9 meses que a qualquer dificuldade que eu passo na vida, eu tenho a certeza de que vou superar, afinal eu perdi você e estou aqui firme. Há 1 ano e 9 meses que vivo na dúvida sobre o que fazer na vida. Há 1 ano e 9 meses que guardo com carinho cada detalhe do que arrumei pra você. O tempo passou, eu reaprendi a ser feliz, mas você não passou e nem irá passar. Eu sigo com você no meu coração, sempre vou seguir.

Está na hora de dizer isso às pessoas, que já não adianta chorar, se esconder da vida. Tem perdas que não são superadas, mas as feridas cicatrizam, a vida continua. Talvez não tão justa como a gente gostaria, talvez não tão linda quanto a gente via antes, mas certamente valendo a pena como sempre valeu.

A vida continua, e na continuação da vida o nosso papel é usar esta emoção, esta energia, este amor, para ajudar as outras pessoas ao nosso redor. Podemos direcionar tudo o que sentimos para quem precisa de nós, e esperar novas oportunidades de sentir o que tanto nos dá saudade.

A saudade não mata a gente, mesmo quando a gente não consegue matar a saudade. E que um dia eu possa oferecer a alguém o amor maternal que a saudade mantém em mim.

É isso.


sábado, 6 de agosto de 2011

Pela metade

*post dedicado a uma grande amiga vivendo uma fase complicada.


Pela metade: um copo meio cheio e meio vazio. O que antes era só um codinome, agora parece uma realidade. Pela metade é exatamente como ela tem se sentido. Vendo irem embora seus sonhos, seu motivo para levantar e lutar todas as batalhas da vida nos últimos anos.

Dizer adeus aos sonhos e planos é rasgar o coração. Dizer adeus a um grande amor é uma dor que sempre parece não ter remédio, especialmente para alguém que não troca de amor todo ano, como se amar fosse um download de atualização.

Amar, amar de verdade, fazer planos de vida, ter um vida em comum, é algo que demanda tempo, energia, dedicação, respeito, todo sopro de vida e paciência que há no seu corpo e na sua mente. Demanda luta, empenho a dois, querer. Sim! Porque amar é importante, mas nada é mais importante do que querer. Nenhum amor dá certo quando os dois não QUEREM fazer dar certo. É preciso querer, querer muito, querer sempre. Saber o valor do que existe, a raridade, a completude, e colocar isso acima de tudo, não só porque ama, mas porque quer.

Pessoas interessantes sempre irão aparecer, porque há muitas por aí. Atividades individualistas que possam tornar inviável se relacionar também sempre irão aparecer, porque estão no mundo. Saudade do que fazia no tempo em que se era só também pode acontecer. E tudo isso é normal. Ninguém fica cego porque ama. Mas quando a pessoa quer a relação, e isso está em primeiro lugar, as pessoas interessantes não seduzem, as atividades individualistas não se tornam frequentes e as saudades dos velhos tempos são apenas boas lembranças. Por quê? Porque a felicidade com o que é conquistado a dois vale tudo isso que se deixa para trás. A cada grande escolha, também fazemos grandes renúncias. Mas ganhamos outras coisas que se tornam maiores e mais importantes em nossas vidas. É a mesma coisa que passamos ao deixar a infância e suas brincadeiras pelos dilemas adolescentes. Faz parte da nossa evolução. Cada fase deixa sua marca e saudade, mas não é natural voltar atrás.

O problema é quando um dos dois na relação se esquece disso. Se esquece que fases difíceis passam. Que os dilemas humanos passam. Que o saudosismo é apenas melancolia e passa. E então destrói tudo o que lutou para construir. E se joga no fracasso, deixando para o outro o mesmo sentimento devastador. Quando o motivo de uma separação é falta de amor, talvez seja muito mais fácil suportar, porque não há jeito. Mas é duro ver um castelo ruir por falta de zelo e cuidado, porque alguém não quer cuidar.

"De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir..." (Los Hermanos - Sentimental)

Pela metade ela se sente ao saber que o amor não acabou, mas dá adeus à relação. Pela metade, sem saber o que fazer, que outros motivos ter para viver. Por um tempo este sentimento devastador de estar pela metade não vai ceder. Mas com o tempo eu prometo a ela que ela vai ver que ser pela metade também é bom. É bom estar sempre buscando novos horizontes e novas respostas que a gente se esquece e se acomoda quando se sente pleno. É bom o caminho que leva até a plenitude novamente. E é possível ser inteira sozinha. E um dia, um dia, quando tudo passar, a inteira encontra outro inteiro pela vida, se juntam fazendo dois, e quem sabe, com muito amor e querer, formam um.

Mas por enquanto é só viver cada dia, deixar o tempo trabalhar, começar a se reencontrar e juntar novos pedaços para ser feliz, inteira sozinha de novo.

É isso.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ciclo da vida

Acho engraçado como a gente passa a vida inteira completando os mesmos ciclos e pensa que está fazendo tudo diferente. A gente vive, vive de novo, de novo e de novo, sempre as mesmas coisas. A cada vez que passamos pelas mesmas experiências (achando que são outras) para amadurecermos, nos deparamos com algumas situações que reconhecemos, e aí dizemos: ah, nessa eu não caio de novo, não vou me entregar a esta situação assim. E é aí que está o nosso grande erro, porque não mergulhando profundamente em cada ciclo, é que mora a estagnação. O atleta treina muito para chegar à perfeição. Também seríamos nós atletas na vida, repetindo os mesmos gestos diversas vezes, até que pudéssemos ir quebrando nossas algemas. Mas a gente (que não pensa) às vezes acha que é bicho, e evita como um cão a todo e qualquer estímulo que antes tenha causado dor, sem saber que o palco é o mesmo, mas a cena sempre pode ser diferente.

Foi isso que andei pensando nesta semana de ausência da internet...

Termino com um poema da Cecília Meireles, perfeito para o tema:


Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.


E então serás eterno.
Cecília Meireles